Os
professores dos ensinos básicos e secundário dizem ter despendido mais tempo
com o ensino à distância em comparação com os horários com aulas presenciais e
assumem que o apoio para ultrapassar as dificuldades veio, sobretudo, por parte
dos pares, em vez das equipas de apoio que as escolas criaram para o efeito.
Os
resultados são de um estudo do Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC)
da Universidade do Minho.
Dos
2369 professores inquiridos, entre 26 de maio e 12 de junho, a maioria admitiu
estar a lidar bem com a situação (61,3%), mas acusaram o cansaço (81,4%),
assumindo que o tempo despendido com o ensino e avaliação à distância, em
comparação com o horário com aulas presenciais, aumentou (29,8%) ou aumentou
muito (59,3%).
Para
ultrapassar as dificuldades, os pares tiveram a maior importância, uma vez que
a grande maioria dos inquiridos (71,8%) recorreu aos colegas, 33% aos diretores
de turma, 26,1% a familiares, 25,7% à equipa de apoio de ensino à distância,
24,1% aos coordenadores de departamento e apenas 16,7% referem ter recorrido ao
diretor.
"Seria
expectável que as equipas de apoio se destacassem, porque foram criadas para
esse efeito, mas os professores acabaram por recorrer uns aos outros. O
objetivo da criação das equipas de apoio não foi totalmente conseguido, nesse
aspeto, porque não foi um recurso. Alguns professores nem sabiam se existia nas
suas escolas", retrata Assunção Flores, coordenadora do projeto.
A
responsável dá, também, nota de "uma tensão" na avaliação dos alunos
e a necessidade de uma "clarificação sobre o que se espera em termos de
avaliação da aprendizagem dos alunos". Ao contrário do ensino presencial,
que o recurso ao teste é o mais frequente, os professores apontaram uma
diversidade de instrumentos na avaliação à distância, sendo que as fichas de
trabalho (73,5%) e os questionários de escola múltipla (51,1%) foram os mais
frequentes.
Apenas
9,8% disseram recorrer a testes e 58% dos professores nunca recorreu a este
método.
O
estudo alerta, também, para potenciais fatores de exclusão no ensino à
distância. Em média, os professores não conseguiram interagir, por falta de
recursos ou equipamento, com dois alunos por turma, mas houve casos em que
chegaram a não contactar com 20 alunos por turma. Para a maioria dos
professores (58,4%), a falta de equipamentos adequados para os alunos foi a
principal dificuldade sentida neste método de ensino.
Fonte: JN DIREITO
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