PROF VAL BARRETO FALA SOBRE ABONO DO FUNDEB, SEGUNDA PARCELA, EXCESSO DE ARRECADAÇÃO, SEMED E MUITO MAIS !

 

Por Val Barreto*.

 

Após a grande repercussão na tribuna da Câmara Municipal na manhã desta sexta-feira 10/12/2021, a Prefeitura de Porto Velho, confirmou através da secretária de educação da SEMED, Gláucia Negreiros, o pagamento do abono dos professores, no valor de R$ 2.800,00.  A confirmação já prevista, foi anunciada em live no instagram. Confira abaixo:

MAIS DE R$ 2,8:

 

A secretária Glaucia Negreiros informou que a lei que foi encaminhada ao prefeito Hildon Chaves foi com um parágrafo que pode dar o direito de mais de R$ 2,8 mil para cada servidor, se houver excesso de arrecadação os professores receberão um complemento. Queremos e merecemos.

 

VOTAÇÃO:

 

O Projeto de Lei será votado pelos vereadores na terça-feira (15/12/2021) na Câmara Municipal a partir das 9:00h da manhã. Será a última audiência do ano, retornando somente em fevereiro, após recesso. É importante que todos compareçam e acompanhem.

PRESIDENTE DA CÂMARA FICA NERVOSO:

 

Na reunião que teve pela manhã conosco e com os vereadores, Fogaça disse que o pagamento do abono “não é nenhum favor” que a Prefeitura está fazendo aos educadores e disse que esse tipo de atitude não condiz com a postura de um administrador.

 

O Presidente da Câmara Edwilson Negreiros ficou nervoso, quando o vereador Everaldo Fogaça afirmou que o prefeito Hildon Chaves não estava fazendo nenhum favor e se retirou da reunião de forma grosseira sem sequer ouvir os professores. Confira o vídeo:

Sobre a possível suspensão anunciada por Edwilson, sem qualquer confirmação oficial do prefeito Hildon Chaves, Fogaça afirmou que:

 

“A verdade é que o prefeito se melindrou com a atitude de alguns professores e quis implantar uma espécie de ´por um todos pagam´ prejudicando centenas de servidores que acreditaram em sua palavra. Ainda bem que ele reviu o que fez e os professores podem comemorar”, ressaltou Fogaça. Confira o vídeo do vereador com algumas afirmações:

 

 

OS BADERNEIROS, PREJUDICADORES E A DESUNIÃO:

 

A atitude da comissão que tentou diálogo com os vereadores e Presidente da Câmara pedindo ampliação do valor por um abono mais justo e que contemple os gastos que os professores tiveram da Pandemia foi pautada em um grupo maior que lotou a Câmara, mas que devido a demora, acabaram se dispersando.

 

O que prejudica o movimento e luta por melhorias não é o grupo que foi a luta na Câmara nesse dia, ou a idiota da professora Val Barreto, como foi chamada no mais suave dos aúdios que circulam no whatsapp, o que prejudica a conquista por melhorias é a própria classe, ou seja, são os professores que ficaram em casa, cientes de que merecem mais, cientes de que o valor não cobre nem um notebook ou celular que compraram, mas, satisfeitos com as migalhas que jogam, escolhem, ajoelhar-se e não ir buscar bem mais do que está garantido e o que de fato é de direito.

 

Relaxa! O que foi conquistado não foi perdido e ainda deverá vir mais. A desunião de uma categoria que aceita tudo “pra não levar uma falta” por medo de “ser perseguido” ou por pura covardia apenas legitima o que o patrão quer. Poucos vão à luta, poucos veem toda a politicagem envolvida ou as chantagens, mas “quando dá certo” todos são beneficiados e aparecem vários pais e mães da criança.

 

A educação sempre foi desunida e sempre se busca um culpado para ser crucificado, mas se o próprio Jesus Cristo não prestou, Val Barreto é que não presta mesmo. Para quem não se sentiu representado achando que ia morrer com medo de perder R$2.800 reais, asseguro que realmente não os represento.

 

Sim, eu represento cada professor que se sente representado por mim, aqueles que me procuraram no privado, que gritaram por socorro nos meus grupos, represento os que adoeceram, os que faleceram de COVID-19 mas não podem ir na Câmara requerer o que trabalhou na Pandemia em 2020 e 2021.

 

Eu, Val Barreto represento os endividados que não conseguirão sequer tirar o nome do SPC e SERASA com esse valor. Eu represento os professores se identificaram com a minha fala diante dos vereadores ao expor a falta de apoio com que foram implantadas as aulas remotas: sem formação, sem auxílio e totalmente financiadas com o pouco que ganhamos. Confira o discurso com as verdades que ninguém quer engolir:

 

Os professores que compareceram foram mostrar sua própria indignação e todos estavam cientes de que não havia nenhum sindicato nessa luta, foi um movimento independente, legítimo, sem politicagem da parte de todos os presentes e minha também, principalmente. A politicagem e conflito de interesse não partiu da nossa parte, e professor como ser crítico que deveriam ser, deveriam perceber as entrelinhas, mas não, seguem com o egoísmo mútuo e deveriam se envergonhar de tal postura.

 

Não tivemos intenção de prejudicar e sempre soubemos que não havia prejuízo ao estava garantido, porém muitas máscaras caíram, muitos mostraram sua ingratidão a quem não cede ao conformismo e não teme a luta. Os R$2.800 ao cair na conta não vai durar meia hora, mas a desunião, a desvalorização e precarização do nosso trabalho e do nosso salário persistirá.

 

 “Eu não me arrependo da postura que tomei, não me sinto fracassada e nem triste ou decepcionada, me sinto gigante e tenho menos de meio metro de altura. Sigo de alma leve e não vou parar, para o desespero de muitos. Ano que vem é ano político e vou tirar a paz de quem merece” – Frisou Val Barreto.

Uma coisa é certa, sobre os recursos do FUNDEB, queremos transparência sobre o investimento de cada centavo, do que sobrou, onde foi aplicado e não entendemos por que todos ficam tão nervosos e não prestam conta sobre todos os valores disponíveis e a real sobra do FUNDEB. Normalmente se diz que “perguntar não ofende”, mas pelo visto ofende sim.

 

Nossa categoria merece muito mais, mas nem todos pensam assim e caem em qualquer canto da sereia, por isso afundam nas águas e a valorização dos profissionais da educação segue em ritmo acelerado...

 

*Val Barreto é professora na rede municipal de Porto Velho e jornalista no site professores de Rondônia. Contato: (69) 993106942.