Por
Francisco Xavier Gomes
O
estado de Rondônia já foi exposto negativamente muitas vezes, no cenário
nacional, e as razões foram várias, além de serem marcantes. Já tivemos
incontáveis políticos presos por corrupção; por tráfico de entorpecentes; por
crimes contra a vida; por crimes ambientais; por razões tributárias e diversos
outros problemas que contribuíram para desgastar a imagem do estado.
Todavia,
a eleição do Coronel de Barranco, Marcos Rocha do Pé Quebrado, para o cargo de
governador ainda vai colocar o estado em muitas situações vexatórias, uma vez
que ele não tem a menor capacidade de governar o estado criado por Jorge
Teixeira, que era coronel de verdade. Esse recente episódio de censurar dezenas
de livros e autores consagrados da Literatura Brasileira é prova cabal da
incompetência do governador e do seu Secretário de Educação.
Inicialmente,
convém registrar que as maiores atrocidades cometidas por Suamy Lacerda na
SEDUC decorrem da enorme distância que existe, há décadas, entre ele e a sala
de aula. É muito estranho que uma pessoa com graduação em História tenha atos
tão desconectados da Sociologia, Filosofia, do Direito, da Literatura e outras
Ciências, como esse secretário da educação do governo do Coronel Pé Quebrado.
Ele já fez todo tipo de
lambança na Seduc e sempre teve a proteção do governador.
Suamy
Lacerda, como Historiador, tem trabalhado muito para fazer Rondônia voltar ao
período Paleolítico. Com certeza nossos colegas de História e os professores do
Curso de História da Unir sentem vergonha de ver a postura desse Historiador
Mamulengo na pasta da educação de Rondônia.
Esse
secretário já tentou proibir professores de merendar; já tentou proibir
palestras em escolas; já gravou vídeos mentindo que pagaria os valores
corrigidos do Piso Salarial; já deu inúmeras declarações contra os colegas de
profissão e já fez um estrago na imagem da Seduc… Porém, nada se compara a essa
decisão de censurar obras e autores absolutamente necessários nas bibliotecas
das escolas. O memorando número 04/2020/SEDUC – DGE prova que o secretário
mandou recolher os livros…
Um
secretário de educação que determina o recolhimento de obras escritas por
Machado de Assis, Rubem Alves, Mário de Andrade, Ferreira Gular, Euclides da
Cunha e outros que constam na Lista do Absurdo deveria ser condenado a pelo
menos 140 anos de cadeia, para citar a idade da obra Memórias Póstumas de Brás
Cubas, escrita pelo fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de
Assis, e reconhecida como uma obra-prima da nossa Literatura Brasileira, pelos
principais críticos da história da Literatura que viveram nos últimos 200 anos.
Machado
de Assis merece respeito! Mário de Andrade esteve entre os principais
organizadores da Semana de Arte Moderna, em 1922. Claro que Marcos Rocha e
Suamy Lacerda não fazem a menor ideia do que foi a Semana de Arte Moderna,
porque as pessoas que sabem jamais condenariam à fogueira do analfabetismo uma
obra como Macunaíma. Está muito claro que os onagros que determinaram o
recolhimento desse acervo jamais leram nenhuma dessas quase 90 obras condenadas
por eles.
Quase
90, sim! Porque o último item da Lista do Absurdo determina o recolhimento de
todos os livros de Rubem Alves. Rubem Alves é autor de mais de 40 livros, sem
contar a infinidade de crônicas de altíssima qualidade. Não é possível que
Marcos Rocha e Suamy Lacerda não saibam quem foram esses autores que eles
condenam. No caso de Nelson Rodrigues, fica fácil entender por que ele foi condenado pelo governador e pelo
secretário da educação: Nelson Rodrigues previu, na década de 80, que os
idiotas, um dia, dominarão o mundo…
Eu
confesso que minha maior curiosidade é saber de quem foi a ideia de condenar
esses autores e obras, porque esse tipo de conduta é algo que não tem
precedentes na história dos crimes de lesa-pátria, ainda que Weintraub seja
considerado atualmente um dos maiores imbecis da nação, alguém em Rondônia
conseguiu superá-lo.
Que
coisa absurda!!! Marcos Rocha já deu
provas de que não entende absolutamente nada de política; não entende nada de
carreira militar; não entende nada de religião… Agora, esse crime contra a
Literatura Brasileira realmente supera todas as lambanças da dupla Suamy/Pé
Quebrado. Eu jamais imaginei que duas pessoas que dizem ser professores
protagonizassem um ato tão medíocre contra a educação e contra a formação das
futuras gerações. Que Suamy odeia os livros está claro!
Que
Marcos Rocha odeia os livros está claro! Como também está claro que eles
ficaram sabendo que os livros condenados por eles existem somente pelo título.
Nunca leram nenhum!!! Até aí, tudo bem! Agora, tentar tirar dos estudantes,
professores e todos os demais rondonienses o direito de conhecer obras-primas
da Literatura do Brasil é uma atitude que deve ser abominada por todas as
pessoas que sabem que a leitura é fundamental…
E
quando nós defendemos a ideia de que ler é necessário e importante, sempre
surgem pessoas que fazem beicinho. Suamy Lacerda e Marcos Rocha são duas
vítimas do analfabetismo. Se tivessem lido, cada um, pelos menos três livros
dessa lista que eles condenam, jamais teriam essa atitude criminosa contra a
História do país que Mário de Andrade, Machado de Assis, Euclides da Cunha e
outros gigantes da Lista do Absurdo ajudaram a construir.
É
uma pena que Marcos Rocha e Suamy Lacerda não saibam o que está “escrito” na
tela Abaporu, de Tarsila do Amaral; é uma pena que eles não saibam que a tela
foi um presente da artista para Oswald de Andrade, grande parceiro do Mário de
Andrade. Ao condenar e censurar Macunaíma, Suamy e Marcos Rocha condenam por
tabela a autora de Abaporu. A Literatura Brasileira não merece essa dupla de
analfabetos… Tenho dito!
FONTE: PAINEL POLÍTICO
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