Por *Val Barreto.
A pandemia de
covid-19 está causando um forte impacto na segurança alimentar dos portovelhenses,
devido à falta de dinheiro para se alimentar melhor, ansiedade, depressão e ao
sedentarismo causado ao isolamento social, o risco de obesidade disparam e não
é preciso uma pesquisa mais a fundo, basta olhar nas redes sociais, que os
relatos de agravos da obesidade têm crescido a cada dia, bem como a
instabilidade emocional de muitos indivíduos que necessitam de atenção
psicossocial para amenizar os impactos psicológicos da pandemia.
De acordo com
relatos de vários usuários da assistência médica do IPAM - Instituto de
Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho, as
cirurgias bariátricas foram suspensas, aumentando o risco de óbitos por
covid-19. A justificativa é que a prioridade das internações é para pacientes
com COVID-19, todavia, sabe-se que a cirurgia bariátrica não requer internação
prolongada, o paciente que realiza o procedimento cirúrgico fica internado na
unidade hospitalar por 24 horas e depois se recupera em casa.
A perda de peso do paciente que realiza cirurgia bariátrica já no primeiro mês significa uma melhora significativa em comorbidades como hipertensão, diabetes, gordura no fígado, falta de ar, ou seja, com a perda de peso, o paciente respira melhor, adquire mais mobilidade e com acompanhamento do nutricionista, melhora sua imunidade, pois se alimenta melhor com os nutrientes adequados a sua saúde.
Realizar a cirurgia
bariátrica em tempo de pandemia é um risco menor, diante da gravidade que se
assume, quando um obeso é acometido por COVID-19 e as chances de recuperação,
são bem mais difíceis.
Sabendo que a
obesidade anda de mãos dadas com essas doenças crônicas, a preocupação para que
ocorra o controle adequado da pressão arterial e dos níveis glicêmicos tende
ser ainda maior, além dos cuidados individuais e coletivos como medidas de
proteção para assim evitar a COVID-19 e suas complicações, seria necessários
que a cirurgias bariátrica, não fossem deixadas de lado, sendo consideradas uma
“mão na roda” para tratar a obesidade e evitar não só óbitos, mas a ocupação de
leitos e UTI’s por um tempo mais prolongado, ocasionando inclusive a
superlotação dos hospitais da rede particular e pública.
O boletim do
Ministério da Saúde sobre a disseminação do COVID-19 no Brasil, divulgado,
apontou uma nova tendência relacionada às mortes por Coronavírus: a obesidade
estava mais presente nos óbitos de jovens que os de idosos.
Mas muito antes do
surgimento da pandemia, a obesidade já vinha sendo uma preocupação no país.
Segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, a
prevalência da obesidade voltou a crescer no Brasil, principalmente entre os
adultos de 25 a 34 anos e 35 a 44 anos, com 84,2% e 81,1%, respectivamente.
Espera-se que as
cirurgias sejam retomadas pelo convênio, o quanto antes, dando uma chance aos
pacientes do IPAM, a lutar por dias melhores na sua saúde e na sua qualidade de
vida.
*Val
Barreto é professora e jornalista em Porto Velho.
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