Por Francisco Xavier Gomes*
O governo Marcos Rocha, desde os primeiros meses, já dava nítidos sinais de que seria uma geringonça incomensurável, mas a pandemia da covid-19, transformada em sindemia pelo dublê de coronel, indubitavelmente contribuiu de modo significativo para que fosse instalado o “Samba-do-Criolo-Doido” em Rondônia.
A recente decisão do governo da onagrocracia de retornar às aulas presenciais é prova cabal de que esse governo não possui nenhum respeito pela população do estado e muito menos pelos trabalhadores e trabalhadoras da educação pública. Os dados publicados diariamente no próprio portal do governo de Rondônia e todos os decretos assinados pelo Coronel do Pé Quebrado deixam claro que não existem condições sanitárias para as aulas presenciais, neste grave momento em que o estado se encontra. Como, certamente, o governador não faz a leitura dos boletins que o governo dele publica, vale a pena comentar sobre alguns dados, para seus asseclas perceberem que somente uma pessoa muito estúpida sugere aulas presenciais em escolas públicas, neste momento…
Esta semana, o governo publicou um novo decreto, flexionando, pela enésima vez, a circulação de pessoas nas ruas, e claramente influenciado por pessoas que, como ele, não leem os boletins da Covid-19. Vejamos: Até o dia 31 de dezembro de 2020, houve 1.817 óbitos em Rondônia, em consequência da doença em questão. Considerando que a doença registrou o primeiro óbito em Rondônia no dia 30 de março de 2020, apenas nos primeiros 30 dias de 2021, a Covid-19 matou muito mais pessoas no estado. Basta observar que nos primeiros 30 dias deste ano, morreram 464 pessoas em decorrência da sindemia.
Estes números soam absurdos, se comparados à média de morte de 2020, que era de menos de 200 óbitos mensais, considerando-se o inicio do decreto de estado de calamidade. Não é possível que a equipe de governo não conheça esses números, visto que o Secretário de Saúde de Rondônia e o governador viajam frequentemente o estado fazendo propaganda política pessoal e promovendo pirotecnia em todos os rincões do estado embrionado pelo coronel Humberto da Silva Guedes e tão bem administrado pelo coronel Jorge Teixeira. Claro que divirjo de diversos atos do Teixeirão, mas a alusão tem a finalidade de isentar os coronéis de verdade…
A situação da sindemia em Rondônia pode ficar muito mais grave, porque o Secretário Chefe da Casa Civil apareceu esta semana e declarou em vídeo que as escolas públicas devem retornar às atividades presenciais com turmas de 3º ano do Ensino Médio e turmas de 9º ano do Ensino Fundamental. Isto significa que, na opinião do governo de Rondônia, estudantes destas séries não correm nenhum risco de contaminação e profissionais da educação que lidam com alunos dessas séries não fazem parte de nenhum grupo de risco.
Raciocínio absolutamente estúpido!!!! A juventude promove baladas dia e noite em todos os municípios de Rondônia e certamente muitos idosos que nunca saíram de casa já foram contaminados e mortos por causa da movimentação da juventude. As pessoas que frequentam escolas, não importa a série, possuem relações sociais, com familiares e amigos. Estudantes podem ter covid-19, sim!!! A forma como “pensa” esse governo sugere que os profissionais da educação não possuem a menor importância para o coronelismo de Marcos Rocha.
A notícia de voltar às aulas presenciais no momento mais crítico da sindemia foi dada pelo Chefe da Casa Civil. Lógico! Suamy Lacerda, o dublê de secretário da educação, certamente ficou com vergonha de falar isso para os profissionais da educação, porque, embora ele tenha ficado décadas fora de sala de aula, é chamado de professor por muitos rondonienses, principalmente pela população de Itapuã do Oeste…
O decreto de Marcos Rocha também deixa claro que em escolas não há risco de contaminação, mas nos gabinetes onde circulam seus assessores e asseclas existe risco. Isto, porque o decreto mantém o serviço chamado de “Home Office” para muitos servidores que não lidam com milhares de estudantes por dia.
Suamy Lacerda, o dublê de secretário, deveria pedir aos seus asseclas que apresentem a ele o número de servidores da educação que fazem parte de grupos de risco e o número de servidores mortos pela Covid-19. Com esses dados nas mãos, ele deveria consultar profissionais da área de Medicina, não o Chefe da Casa Civil, sobre os riscos da volta de aulas presenciais.
Certa vez, Albert Einstein teria dito que, para ele, duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Sobre a estupidez humana, Einstein afirmara que tinha dúvidas sobre o grau de infinitude. Marcos Rocha, o Chefe da Casa Civil e Sumay Larcerda estão entre as pessoas que mais contribuíram para que Albert Einstein morresse com essa dúvida… Tenho dito!!!
*Professor da Rede Estadual e Jornalista
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