O que o IPAM tem a ver com política?


 

Por Luciana Basilio*


Essa tem sido uma questão bastante recorrente nas redes sociais de Porto Velho. E nesse caso é necessário uma análise aprofundada que correlaciona três aspectos importantes para a Ciência Política que explica, em parte, o sucateamento e destruição do Ipam. O primeiro aspecto é que o Ipam está sendo sucateado à exaustão para torná-lo ineficiente até que se justifique "fechar suas portas", obrigando funcionários e funcionárias municipais a buscarem a iniciativa particular para pagar planos de saúde que custam um valor exorbitante.                  

 

O segundo aspecto diz respeito ao desgoverno do executivo municipal que encaminha projetos ameaçando retirar direitos da classe trabalhadora todo início de gestão (como está acontecendo agora, após a reeleição) desastrosa, sem planejamento e obscura, alegando que a responsabilidade de Porto Velho se encontrar  em um verdadeiro caos, é dos e das funcionárias públicas (quem lembra da retirada do quinquênio ?) que estão onerando os cofres da prefeitura.                     

 

O último aspecto e não menos importante, diz respeito a luta política (vejam ! é luta política) que a categoria municipal de travar com o executivo municipal para que o Ipam não seja destruído sob pretexto de "está quebrado". As questões que se impõem são:

Quem quebrou o Ipam?

Quem quebrou o Ipam será responsabilizado e punido?

A quem interessa sucatear o instituto?

Por qual motivo a gestão do Ipam não tem transparência para esclarecer a nossa categoria, o porquê de tantos aumentos e custos que sai apenas do bolso dos funcionários e funcionárias municipais?         

 

Todos esses aspectos elencados dizem respeito ao debate político, a necessidade de se fazer uma política que atenda aos interesses da categoria municipal e não dependa da vontade do executivo municipal, pois o executivo tem seus objetivos e não visa os interesses da nossa classe.

 

Todos esses aspectos dizem respeito a uma necropolítica de destruição dos direitos da classe trabalhadora, privatização da saúde pública e redução do estado para que pobres não tenham acesso à saúde. Temos grupos de "uatisape" com denominações do tipo "Informes Ipam", "Salve o Ipam 1", "Salve o Ipam 2, 3"... E por ai vai!

 

Nos orientando pela Ciência Politica, somente uma coisa é certa em relação ao Ipam. A situação do Instituto não será resolvida com "informes Ipam" e sem estabelecer uma política eficiente que barre o sucateamento do instituto. Não vamos ter "salve Ipam" sem debater politicamente o que é melhor para a saúde da categoria municipal.

 

Sem debater e fazer uma política que atenda os interesses das funcionárias e funcionários municipais, o Ipam seguirá sendo sucateado, o projeto para aumentar os custos da assistência médica e jogar nas costas da categoria municipal será aprovado na câmara de vereadores tranquilamente. E por fim, o Ipam será destruído, justamente por falta de uma ação política que impeça esse desmonte que bate à nossa porta.                            

 

Mas nos grupos de "uatisape" nossa categoria seguirá questionando: "O que o Ipam tem a ver com política" ?

 

*Profa. Me. Luciana Basilio dos Santos Coordenadora Pedagógica no município de Porto Velho e responsável pelos assuntos municipais do SINTERO.

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