Por
Val Barreto.
A
educação em Rondônia não esperava vivenciar uma crise dessa magnitude, porém o
coronavírus está aí e não há como fugir, a não ser se adaptar, é o que tem
feito a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) que disponibilizou uma
plataforma online para que os alunos do ensino fundamental estudem em casa, com
apoio do professor, via whatsapp, dando suporte, corrigindo atividades e
tirando dúvidas, porém o que tem deixando muitos professores preocupados, é a
situação da modalidade de ensino infantil, que está sem assistência educacional,
devido a pandemia do COVID-19.
A
Educação a distância (EAD) não está autorizada para a etapa da Educação Infantil,
e mesmo que surja alguma regulamentação, o ensino a distância para crianças de
3 a 5 anos é mais um problema, do que uma solução.
É
preciso que tanto governantes, quanto professores entendam que tirar a criança
do contexto escolar para ensinar por métodos remotos vai deixar lacunas. A
escola não é só informação. O professor acompanha o desenvolvimento das
crianças e faz um conjunto de mediações como figura referencial para elas.
Na
educação Infantil o uso de aparelhos eletrônicos não é recomendado, a criança
nessa faixa etária de idade, precisa de interação, de atividades lúdicas,
precisa vivenciar experiências, música, cores, texturas e principalmente de
socialização com outras crianças, para sistematizar experiências, noções de
regras de convivência e limites, e não vejo essas possibilidades através da
EAD.
Existem
muitas dificuldades na implementação do modelo EAD na educação Infantil porque
o ensino a distância com crianças pressupõe ter um adulto em casa cuidando do
menor, o que impactaria a força de trabalho no pais.
Compreendo
o caráter emergencial da EaD neste momento, principalmente nas escolas privadas
que dependem das mensalidades para manter estrutura e educadores, mas temo que
esta medida abra um precedente para a legalização desta prática. Seria o último
suspiro da Educação Básica brasileira, sua derrota final e nenhuma possibilidade
de garantia de qualidade. Seria também a institucionalização do homeschooling,
tão caro a fundamentalistas religiosos.
Sobre
a situação da EAD na Educação Infantil, sabemos que a SEMED não irá implementar
sem regulamentação e sem responsabilidade, e sobre os professores que atuam
como horas extras na Educação Infantil, vão continuar sem receber, porque não
há demanda de trabalho, uma vez que as crianças não estão estudando em casa.
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