Por
Val Barreto*.
O
anúncio da saída de Abraham Weintraub do Ministério da Educação foi bem
recebido por vários professores nesta quinta-feira (18/06). Nas redes sociais,
as manifestações foram de repúdio à gestão do ministro nos 14 meses em que ele
ocupou o cargo.
“Já vai tarde! Esse foi o pior ministro da
história. Nunca fomos tão mal representados.” - Comentou uma professora de
Porto Velho, com uma breve expressão do que representa a opinião de muitos
professores.
Para
muitos professores o sentimento é de alívio, por saber que finalmente o
ministro não pode mais cortar direitos da pasta, mas também, um misto de medo,
afinal, quando o assunto é o governo Bolsonaro, sempre pode piorar.
Além
dos professores, vários senadores da oposição também fizeram declarações em
relação ao pedido de demissão. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), o
ministro não contribuiu em nada para o país em uma das pastas mais importantes
do governo. “Tentou aprofundar as desigualdades e criou crises internacionais.
Foi o pior ministro da Educação que o país já teve.”
Já
na avaliação de Jean Paul Prates (PT-RN), a demissão do ministro é uma manobra
do presidente Jair Bolsonaro para desviar a atenção. “Mais uma vez, Bolsonaro cria um fato para abafar outro que quer esconder.
O governo anuncia a saída do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Grande
dia! Mas a demissão funciona como cortina de fumaça para diminuir o impacto da
notícia da prisão do Queiroz — amigo da família”, opinou.
No
entendimento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), no entanto, Weintraub
"entendeu a complexidade do momento" e fez um gesto de "muita
lucidez" para ajudar o governo.
Último ato:
A
revogação, nesta quinta-feira, da política de cotas para negros, indígenas e
pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação, foi o último ato de
Weintraub como ministro da Educação.
Eliziane
Gama (Cidadania-MA) afirmou que Weintraub jamais poderia ter sido ministro da
Educação, pois “não tinha compostura nem
capacidade técnica para ocupar tão importante pasta”. A senadora ressaltou,
ainda, a importância das políticas afirmativas.
—
Políticas que já são constitucionalmente asseguradas pelo Supremo Tribunal
Federal. Nós tivemos um aumento em mais da metade da presença de negros, por
exemplo, nos cursos de pós-graduação. Nós subimos, a partir das várias
portarias que foram apresentadas, de 48,5 mil para 112 mil participações.
Então, nós vamos trazer um resultado muito ruim para o Brasil [com a portaria
do MEC]. [A política de cotas] é uma ação de reparo do poder público com os
negros, com os deficientes e com os índios que, infelizmente, não têm acesso às
universidades como deveriam ter — destacou.
Projetos
para sustar a portaria foram apresentados pelo líder da Rede, senador Randolfe
Rodrigues (AP), pela líder do Cidadania, senadora Eliziane Gama (MA), com a
bancada do partido, e pelo líder do PT, senador Rogério Carvalho (PT-SE), com a
bancada do partido e com a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).
—
É uma medida infame, que ofende a particularidade dos direitos dos povos
indígenas. Ofende uma conquista histórica da luta do movimento negro
brasileiro. E ofende a evolução civilizatória de conquistas como essas, das
políticas de cotas — disse o senador Randolfe Rodrigue durante sessão
deliberativa remota do Senado.
*Adaptado de Agência Senado.
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